"As marcas que uma enchente gravou nas margens do rio só serão apagadas por uma enchente ainda maior." Carlos Colaço
O pior é quando contruímos barragens, ou desvios no curso da água, a montante dessas marcas, não permitindo que a água cubra o leito. Não permitimos, voluntária ou involutariamente, que a água passe e nova enchente se forme. Preferimos manter o leito vazio, expondo as cicatrizes da enchente anterior, e perdemos o precioso tempo a admirá-las, e muitas vezes a exibi-las, como se um troféu se tratasse. até um dia em que acordamos e sentimos que essas marcas deixaram de fazer sentido, que a memória já se esvaziou de tudo aquilo que a enchente arrastou e nos trouxe... aí, muitas vezes procuramos destruir a barragem, abrir as comportas de par em par... e surpreendemo-nos, porque a água, de tanto estar retida, infiltrou-se, evaporou-se e a pouca que restou está putrefacta e nos vais infestar o leito que, teimosamente, deixamos vazio. Perda de tempo. Vamos ter que deixar a chuvar cair, lavar as pedras, as areias, purificar o leito, para, então, podermos receber nova enchente e aproveitar os tesouros que vêm dar à margem. Pode deixar marcas, ou não, depende do tempo que a enchente durar, mas, com certeza, irá apagar as anteriores, libertar-nos-á!
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1 comentário:
A água que corre... que brota de uma nascente qqr ganha força, ganha coragem...corre cada vez mais... corre com um objectivo definido. A cada passo que corre cada gota de água ganha uma tormenta de força...fal força motriz...água que corre dos teus olhos angelicais...amor, meu amor de água....
(....)adorei as tuas palavras
marco boucinha
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